Em um festival repleto de
amantes e profissionais da Comunicação, falar sobre os mecanismos cerebrais de
forma envolvente não é tarefa fácil, porém, foi isto que fez André Palmini no
último painel do dia 6 de junho, no Festival Mundial de Publicidade. O
neurocientista e coordenador de projetos científicos do Instituto do Cérebro da
PUCRS realizou sua explanação sobre “Como a mente humana toma decisões”.
Palmini procurou manter
conectadas as temáticas do Festival (Razão e Emoção), dizendo que “apesar de
termos armamentos para pensar e utilizar a razão, ela é intensamente modulada
pelas nossas emoções, e é dessa interface entre razão e emoção que decorrem as
nossas emoções”.
Para o palestrante, a
decisão é como tocar uma gaita, onde a qualidade da música depende da abertura
dos foles para cada lado. “Suponhamos que quando abrimos os foles para a
direita, estejamos olhando para o nosso passado e, quando olhamos para a
esquerda, estejamos fazendo projeções futuras. Assim são as nossas decisões.
Para fazer algo de forma acertada, é preciso remeter a decisão aos
acontecimentos semelhantes do passado e projetar as possíveis consequências
futuras”, disse André Palmini.
O painelista falou ainda
sobre a maioridade penal, e questionou os presentes sobre “até que ponto uma
pessoa pode ser imputada por um crime, uma vez que a área do cérebro que decide
as ações é defasada?”, comentando ainda que privações ocorridas na infância
prejudicam o amadurecimento do lobo frontal, área cerebral que toma decisões.
Encaminhando-se para o final
de sua explanação, André Palmini disse que muitas vezes queremos ter uma bola
de cristal, sem perceber que nosso cérebro já possui partes que realizam o
trabalho de fazer projeções para o futuro, e completou: “A complexidade de unir
passado, presente e futuro é que nos torna responsáveis pelo que decidimos
fazer”.
Eduarda Neves
Acadêmica do 1º semestre de jornalismo
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