quinta-feira, 6 de junho de 2013

Neurocientista ministra na etapa de Razão do Festival



Em um festival repleto de amantes e profissionais da Comunicação, falar sobre os mecanismos cerebrais de forma envolvente não é tarefa fácil, porém, foi isto que fez André Palmini no último painel do dia 6 de junho, no Festival Mundial de Publicidade. O neurocientista e coordenador de projetos científicos do Instituto do Cérebro da PUCRS realizou sua explanação sobre “Como a mente humana toma decisões”.

Palmini procurou manter conectadas as temáticas do Festival (Razão e Emoção), dizendo que “apesar de termos armamentos para pensar e utilizar a razão, ela é intensamente modulada pelas nossas emoções, e é dessa interface entre razão e emoção que decorrem as nossas emoções”.



Para o palestrante, a decisão é como tocar uma gaita, onde a qualidade da música depende da abertura dos foles para cada lado. “Suponhamos que quando abrimos os foles para a direita, estejamos olhando para o nosso passado e, quando olhamos para a esquerda, estejamos fazendo projeções futuras. Assim são as nossas decisões. Para fazer algo de forma acertada, é preciso remeter a decisão aos acontecimentos semelhantes do passado e projetar as possíveis consequências futuras”, disse André Palmini.

O painelista falou ainda sobre a maioridade penal, e questionou os presentes sobre “até que ponto uma pessoa pode ser imputada por um crime, uma vez que a área do cérebro que decide as ações é defasada?”, comentando ainda que privações ocorridas na infância prejudicam o amadurecimento do lobo frontal, área cerebral que toma decisões. 

Encaminhando-se para o final de sua explanação, André Palmini disse que muitas vezes queremos ter uma bola de cristal, sem perceber que nosso cérebro já possui partes que realizam o trabalho de fazer projeções para o futuro, e completou: “A complexidade de unir passado, presente e futuro é que nos torna responsáveis pelo que decidimos fazer”.

Eduarda Neves
Acadêmica do 1º semestre de jornalismo

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